De repente, ouviu um tiro que parecia ter saído de perto de casa. Fechou a janela do barraco sem pensar duas vezes e lembrou do marido que tinha dívidas a pagar. Ficou um tempo olhando pela fresta e gritou o menino no quartinho. A geladeira velha tampava o caminho, como uma trincheira velha ligada na tomada.
Depois de um breve silêncio, um grito desesperado. A velha vizinha chamava por Deus e avisava da desgraça.
Parou um tempo esperando entender, cada vez chegava mais gente lá fora.
Com susto, viu o menino de perto olhando pra ela. Passou o olhar pelas coisas empilhadas no barraco e lembrou das palavras daquele pastor miserável, ladrão de almas. Sabia que Deus não estava do seu lado.
Na hora, alguém empurrou a porta com força tentando entrar. O menino começava um choro muito alto. Ela pegou a peixeira do marido na parede e calou o menino com um golpe. Depois, enfiou a lâmina no coração.
Caiu desfalecida, como uma trincheira de carne estacando a porta de entrada.
Lá fora, mais gente chegava para trazer-lhe o recado.
21 de nov. de 2008
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2 comentários:
hominis et lupus hominis
o i
m n
i hominis i
n m
i o
sinimoh supus te sinimoh
Fala comédia !
O Blog está muito maneiro, volto sempre.
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