3 de nov. de 2008

Prelúdio

Nos dias das primeiras chuvas vem aquele cheiro inconfundível de asfalto quase molhado. Quase, porque antes de cair a primeira gota, o cheiro toma conta. Um prelúdio urbano de água.

Nesses dias, volta a fazer diferença a relação das pessoas com o ambiente, que normalmente se restringe a uma roupa de frio de vez em quando. No dia da chuva, a água fica importante. Gente sai correndo, espera debaixo, calcula a hora, pula a poça. Um labirinto de gotas e espelhos.

A chuva surpresa costuma deixar felizes só os neuróticos de guarda-chuva. Ela deixa apreensivos os nerds de roupa limpa e desespera as mulheres com chapa.

O perigo de molhar é demais para a alma seca de quem vai e vem pela cidade.

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