11 de nov. de 2008

Labirintos

Depois de 3 dias sofrendo pelo desfecho da separação, resolveu sair de casa e dar uma volta pelo centro. Sentia falta das pessoas, agora de maneira ainda mais forte do que quando estava enfurnado no relacionamento. Mesmo sem conversar com ninguém, a multidão indo e voltando dava uma sensação de cumplicidade. Fazia bem. Perto da Praça da Estação, enquanto esperava o sinal abrir para os pedestres, uma moça que passava perguntou as horas. Ele, meio que em transe, levou um susto e respondeu que estava sem relógio nem celular. Por um instante, pensou no que significava esse desapego. Começou a atravessar a rua, absorto. Sabia que há alguns dias não se importava com o tempo e quis viver assim para sempre. Quando olhou para frente, viu o relógio da estação imenso no alto do prédio. Ainda tentou encontrar a moça pra dizer as horas, mas ela já havia sumido pelos labirintos de gente na calçada.

2 comentários:

Marilene Ribeiro disse...

E que horas eram?
Lindo, lindo, amozi...

Anônimo disse...

timeless.. typeless.. lightless..
no action!
cut!
deep.